A arte poética como recurso para a humanização e o fortalecimento da cidadania. Este é o princípio do projeto Versos de Liberdade: cuidando de quem cuida para transformar o futuro de todos. O Projeto é uma realização da Fundação José Silveira (FJS) com a atriz e poetisa Elisa Lucinda, a Casa Poema, e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, com o apoio da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac). O Projeto inova ao utilizar o trabalho com a poesia na formação e sensibilização de socioeducadores e jovens em cumprimento de medida socioeducativa. Os resultados deste trabalho foram apresentados em mais um emocionante recital, no dia 15 de maio, no auditório do Ministério Público, na Avenida Joana Angélica. O evento foi prestigiado por autoridades governamentais, técnicos e gestores.

“Esta é uma iniciativa capaz de promover a transformação social através da arte, reafirmando a prática dos direitos contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente”, disse a superintendente da Fundação José Silveira, Leila Brito, na abertura do evento. Ela ressaltou, ainda, os benefícios deste trabalho de humanização das relações para uma convivência melhor na sociedade. “Nós confiamos em vocês e no seu potencial de realização”, disse Leila para os jovens participantes do Projeto. No palco, foram muitos momentos de emoção e reflexão. “O meu sonho é sair daqui e fazer minha família feliz com meu suor e meu trabalho. Vou provar à sociedade que mudei e sou capaz de realizar coisas boas”, disse R.S, em um desabafo emocionante.

Na ocasião, a diretora geral da Fundac, Ariselma Pereira, fez um agradecimento a FJS por ter concretizado o Projeto e também elogiou o trabalho de Elisa Lucinda e sua equipe. “É muito gratificante constatar os resultados deste trabalho, que favorece a autoestima e melhora as relações, através do diálogo humanizado”, disse a gestora da Fundac. Por sua vez, Elisa Lucinda destacou o poder da palavra: “sem a nossa língua mãe somos órfãos”. Em sua opinião, Versos de Liberdade sinaliza uma nova perspectiva de inserção social para estes jovens, “excluídos e sem perspectivas promissoras de futuro, pois o sistema não sabe o que fazer com eles, nem lhes proporciona alternativas para um caminho de superação”.