Somos referência internacional em pesquisa e tratamento da tuberculose, por meio do Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose (IBIT). Há 85 anos, percorremos o caminho trilhado pelo Professor José Silveira e Ivonne Silveira, que juntos deixaram um importante legado social de acolhimento e suporte integral aos pacientes. “Além de consultas nas áreas de pneumologia, tisiologia, pediatria, infectologia e clínica médica, realizamos exames laboratoriais e radiológicos e, também, oferecemos reforço nutricional, com a distribuição de pão e leite de soja, produzidos na própria Instituição. Os pacientes em situação de vulnerabilidade social recebem, ainda, cestas básicas”, esclarece Vanessa Nascimento, supervisora do IBIT.

O resultado de todo esse trabalho é refletido em nosso percentual de cura dos pacientes, que se mantém, há 10 anos consecutivos, acima do preconizado pelo Ministério da Saúde (85%). Em 2021, mesmo no contexto da pandemia da Covid-19, atingimos a cura em 90% dos casos notificados, maior índice do IBIT na última década. Já a taxa de abandono do tratamento foi de 3,5%, inferior à estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de, no máximo, 5%. Esses dados motivam nossa equipe a continuar na luta por mais conscientização, por isso celebramos o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março) com a realização de um Webinar, cujo tema foi “O Brasil inova em quimioprofilaxia para tuberculose após três décadas”. Promovido pelo Centro de Pesquisa, Aprendizagem e Inovação, o evento contou com a participação internacional de Dr. Timothy R. Sterling, médico cientista que liderou o ensaio clínico, cujos resultados foram utilizados como base para a atualização dos protocolos da Organização Mundial de Saúde e do Centro de Doenças Infecciosas (CDC) dos Estados Unidos da América.

Investimos em pesquisa porque temos o compromisso de dar continuidade ao legado do Professor José Silveira, grande defensor do conhecimento científico, destacando nossa contribuição no projeto RePORT-Brasil. “Várias novidades têm sido trazidas, como as evidências de que a presença de sequelas após o tratamento da tuberculose está muito ligada às doenças prévias, a exemplo da asma e DPOC, além do tabagismo”, afirma Dr. Eduardo Martins Netto, médico epidemiologista e coordenador do Centro de Pesquisa, Aprendizagem e Inovação da Fundação José Silveira.