A melhoria da saúde materna é o único dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecido pela ONU que não foi atingido pelo Brasil. Para discutir os avanços, desafios e possibilidades de reverter esse quadro, foi realizado o Seminário Metropolitano sobre ODM e Mortalidade Materna em Comunidades Tradicionais Quilombolas, no dia 14 de julho, em Salvador. A Fundação José Silveira (FJS), instituição âncora indicada pelo Movimento Nacional de Cidadania e Solidariedade – Nós Podemos Bahia para a implementação dos ODM no estado, foi representada na mesa redonda sobre o tema pela obstetra Socorro Gomes, que fez uma palestra sobre aspectos relacionados à condição da mulher gestante na atualidade. A proposta do evento foi sensibilizar comunidades da Região Metropolitana de Salvador e núcleos quilombolas para a importância do alcance da meta de melhorar as condições de assistência na gestação e na maternidade.

“Quando discutimos o combate à mortalidade materna, não podemos deixar de mencionar a atuação da Fundação José Silveira, uma das primeiras instituições que buscou aderir ao Programa Rede Cegonha. Com a construção da Santa Casa Hospital São Judas Tadeu, modificou a realidade da população de Jequié e da microrregião, por meio da assistência obstétrica humanizada”, ressaltou a obstetra Socorro Gomes. Coordenadora técnico-científica do Hospital Santo Amaro (HSA), ela informou, ainda, que a FJS também está presente com unidades hospitalares nos municípios de Ribeira do Pombal e Itapetinga, propiciando à mulher grávida atenção humanizada e nascimento seguro ao seu bebê. “Sem contar com o Hospital Santo Amaro, centro de referência materna e neonatal em Salvador”, disse a especialista.

Ações desenvolvidas
De acordo com Mirian Barreto, assessora da Secretaria Geral da Presidência da República, “o governo federal tem se empenhado na aplicação de políticas públicas, dentre as quais os Programas Rede Cegonha e Mais Médicos, associados a outras medidas, contribuindo para a redução de 55% da taxa de mortalidade materna brasileira”. Informou que, em 1990, o número de óbitos maternos era de 143 a cada 100 mil nascimentos no país, e hoje é cerca de 60. Na avaliação da assessora, “devemos reconhecer e valorizar o trabalho de instituições engajadas com a causa, a exemplo da Fundação José Silveira, e trazer membros da sociedade civil, que vivem de perto essa realidade, iniciativa que nos dará subsídios para melhorar a realidade atual”.
“Valorizamos iniciativas como a do Núcleo ODM, na Bahia. É esse engajamento do setor público, incorporado à participação ativa do setor privado e da sociedade civil, que leva o país ao desenvolvimento. O PNUD apoia todas as ações que fortaleçam o combate às desigualdades e acelerem o alcance dos ODM”, comentou Maria do Carmo Rebouças, gerente institucional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). “É preciso que, cada vez mais, comunidades, instituições e governantes unam esforços para reverter o cenário atual”, enfatizou Eliete Paraguassu, liderança da comunidade quilombola Porto dos Cavalos, em Ilha de Maré.

WhatsApp
× Entre em contato