Perolas e diamantes

  • Editora: Fundação Cultural do Estado da Bahia
  • Publicação: 1984
  • Autor: Prof. José Silveira

Pela vida afora, nada pode ser mais cruel e doloroso que a perda de um ente querido; a morte de um amigo é mutilação irreparável, abertura de chagas, que jamais cicatrizam… Na mocidade, pela força criadora do seu próprio ímpeto, graças aos mecanismos, ainda novos, de auto-defesa espiritual que a envolvem, suporta-se melhor o sofrimento. Com o passar do tempo este se faz cada vez mais fundo e pungente; porque, já não é um fato isolado senão mais um, na série imensa dos que o antecederam. Dai esse sentimento de abandono, angustia, isolamento e tristeza da velhice: a falta dos que o ampararam com sua bondade e seu carinho…

Na evocação do passado, com a lembrança dos momentos felizes, ao lado dos grandes companheiros, irmãos de crença e de ideal, está a única e possível compensação. Recordá-los é como que ressuscitá-los, trazê-los à nossa presença; para podermos novamente admirá-los, fazer-lhes justiça pelos seus méritos e virtudes, tantas vezes esquecidos; recriá-los, enfim, no ambiente perdido, que tão bem nos fez viver e tantas alegrias nos deu.

E porque isso não beneficia apenas a uma única pessoa, senão a todos, que tiveram o privilegio de os conhecer, deles ouvir falar ou ter notícias dos seus efeitos e da sua grandeza, acredito ser útil, sob vários pontos de vista, divulgar, em forma de livro – modesto que seja – alguma coisa do que escrevi ou publiquei, sobre a figura dos que mais estiverem em minha intimidade e foram realmente meus amigos.

Será também um complemento ao que não soube ou não pude expressar em “Imagens da minha Devoção”, formula que encontrei para denunciar, mais uma vez, imenso apreço e sincera gratidão, aos meus grandes amigos mortos…

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